domingo, 21 de novembro de 2010

As Aventuras de Naty ; Cap 16

  • Capítulo 16

Lucas caiu em si. Tinha a consciência de que estava realmente morto. Nada a fazer. Teria que seguir com sua amada Priscila para uma vida de evolução e luz. Lucas estava congelado. Sabia que não estava pronto para seguir esse novo caminho. Priscila estava lá a sua espera. Sua luz era o caminho. Para ele não havia como voltar, seu destino era seguir até sua amada.

- Priii estou indo ao seu encontro. – gritou Lucas e continuou. – Me guie, por favor. – Lucas estava mergulhado na escuridão e no silêncio. Priscila não se manifestava como antes. Lucas começou a se desesperar e gritava o nome de Priscila.

- Priscilaaaaaaaa! Onde está você? Para onde devo ir? – gritava desesperado. Silêncio e escuridão eram o que ele tinha. Lucas resolveu andar na mesma direção que estava seguindo antes. Nada mudava. Nenhuma forma, nenhuma luz e nenhum som. Lucas começou achar que não era digno da Luz. Estava no limbo. Nem sabia o que era, mas sua consciência humana o remetia a essa informação. Lembrava de sua aula de catecismo, onde o padre dizia que Limbo era um lugar onde os pecadores inocentes ficavam. Não era o Céu, era um lugar onde as almas sem batismo entre outras esperariam o fim do mundo, ou juízo final. Lucas era batizado, mas com certeza havia cometidos pecados mortais. O que ele não entendia era o porquê da escuridão. Ele achava que o lugar apesar de ter um nome feio, era um lugar de plena luz sem a visão beatífica de Deus.

Lucas seguia sem se cansar. Não havia cansaço, como não havia dia e noite. De repente Lucas parou e vislumbrou um perfil de um ser. Alguém ou alguma coisa surgiu a sua direita. Parecia algo celestial. Uma luz que começou pequena foi evoluindo até que ficou tão intensa que ele não conseguia mais mirar em sua direção.

Após um tempo uma voz ecoou em sua mente. Era linda e sedutora. Lucas tinha certeza que estava tendo uma experiência pós-morte. Para ele não havia explicações, apenas uma, ele estava morto.

- Meu filho - começou a voz. – Não se desespere. Fique calmo meu filho. – para Lucas essa voz o acalmava e era conhecida, mas não estava reconhecendo de quem.

- Quem é? – perguntou ele.

- Lucas! Sou sua mãe. Não desista meu filho. Lute por sua vida. Não me deixe sózinha. Não vá em frente.

- Mãe? Estou com muito medo. Estou procurando a Pri. Ela veio me pegar, mas sumiu.

- Não filho, não vá. Fique e lute não me deixe... por favor. – agora a voz e a luz estavam oscilando, como se fosse um reflexo do choro de sua mãe. Lucas estava confuso com tudo isso e nçao conseguia saber o que fazer e para onde devia ir.

- Não consigo mãe. Não tenho forças. Eu quero paz. Meu amor está logo ali na frente e eu irei ser feliz com ela. – disse ele em um tom de tristeza.

- Não filho, não faça isso... – implorava sua mãe quando foi cortada por outra voz feminina.

- Não vá Lucas, e eu como vou ficar sem você? Eu amo você. Não me deixe aqui nesse mundo mais uma vez, meu amor.

- Naty? – perguntou ele.

- Sim meu amor, sou eu. Não vou deixá-lo só. Estamos ligados e não vou desistir de ter você. – Falou Naty.

Lucas estava muito exausto e estava começando a perder o contato com sua mãe e Naty.

- Naty, mãe! Não me deixe aqui sózinho. – implorou enquanto perdia o contato com as duas pessoas que ele mais amava. Um silêncio e de repente a escuridão novamente.





* * *





O telefone celular de dona Célia estava vibrando na bolsa que servia de traveseiro. Ela acordou tão assustada que quase caiu da cadeira onde estava cochilando. Ela pegou o telefone celular dentro da bolsa, ainda muito sonâmbula. Se deu conta que ainda estava sentada no hall da UTI do hospital. Olhou para o visor do celular e viu que eram 08:40 e era Rhaissa quem estava ligando.

- AAlo. – Falou dona Célia ainda sonolenta.

- Tia Célia? O que aconteceu com o Lucas? Vocês estão em que hospital? Como ele está? – metralhou de perguntas a dona Célia.

- Bom dia Rhaissa. Minha filha, o Lucas foi baleado na escola. Não sei muito o por que. Ele está em coma. – Dona Célia começou a chorar ao telefone. Rhaissa também começou a chorar. Depois continuou a falar.- Ele está no centro cirúrgico, sendo operado agora, minha filha. Os médicos estão tentando salvar a vida dele. Ele pode morrer, Rhaissa. Meu filho pode morrer. – Dona Célia chora muito.

- Calma tia. Tudo dará certo. Eles irão salvar o nosso Lucas. Vamos nos apegar a Deus e orar para que tudo dê certo. Ele é forte tia. – Rhaissa tenta acalmá-la dizendo palavras fortes e positivas e continuou a falar: - Tia querida, em que hospital a senhora está? Eu quero ir para aí com minha mãe: – perguntou Rhaissa, enquanto dona Célia chorava.

- E..Estamos no Hospital Sírio-Libanês. – disse Célia: - Sa..sabe onde fica? - perguntou

- Sim tia sabemos onde fica. Estamos indo para aí agora. A senhora quer alguma coisa? – perguntou Rhaissa.

- Não filha, muito obrigada. Eu estou na UTI, qualquer coisa me liga. Beijos.

- Beijos tia, até daqui a pouco. – desligou Rhaissa o seu celular.

Rhaissa imediatamente ligou para Naty e disse onde ele se encontrava. Naty estava com Laryssa na escola.





* * *





Dona Célia estava muito cansada. Aproveitou foi ao banheiro para lavar o rosto e escovar os dentes. Depois, aproveitou procurou saber onde ela poderia tomar um café puro com uma das enfermeiras que estava circulando pelos corredores do andar da UTI. Seu filho estava sendo operado e não havia nada a ser feito, a não ser rezar. Dona Célia tinha um jeito todo particular de falar com Deus. E com certeza ela já havia pedido a Ele uma graça, que era salvar o seu filho. Quando estava indo em direção ao refeitório, dona Célia reparou em uma pequena porta que se encontrava à sua direita no andar da recepção. Ela viu que era uma pequena capela. Ela se dirigiu a porta da capela e entrou. A capela tinha uns 12 metros quadrados. Uma cruz de madeira estava pendurada na parede frontal a porta. Haviam uns três bancos de madeira do tipo inteiriço, que devia dar sentado umas três pessoas. Um pequeno altar a frente da cruz que continha dois castiçais com velas acesas. Um lugar com pouca iluminação e silêncio. Normalmente as pessoas vão para lá, pedir ajuda a Deus. Célia caminhou até o altar, se ajoelhou no chão de mármore e colocou suas duas mãos postas para o alto e começou a falar com Deus do seu jeito:

- Meu querido Pai, mas uma vez estou aqui humildemente pedindo-lhe que salve meu filhinho. Eu sei que não sou uma boa filha e nem rezo muito, mas entenda Senhor, eu sou uma mãe desesperada e que lhe pede com o coração, salve o meu filho. – neste memo instante, dona Célia, sente um arrepio em sua coluna que eriçaram todos os pelos de seu corpo e ao mesmo tempo ela achou que tivesse visto algo sobre o altar. Algo que parecia estar flutuando. Célia fechou os olhos bem apertados e os reabriu olhando na direção ao altar e novamente percebeu um vultou que sobrevoou sua cabeça e sumiu atrás dela. Célia, agachou-se ficando quase deitada no chão e começou a chorar, sussurando coisas inaudíveis.

Após um tempo, ela se levantou, foi em direção a um dos bancos de madeira e sentou-se. Abriu sua bolsa e de lá pegou um pacote de lenços descartados e puxou um lenço para enxugar as lágrimas de seu rosto. Ela o fazia lentamente enquanto olhava fixamente para aquela Cruz pregada na parede a sua frente.

Célia olhou as horas em seu relógio de pulso, levantou-se e foi em direção ao refeitório. Chegando lá pediu um café puro. Pagou e já com o café nas mãos seguiu em direção ao elevador e seguiu para o andar do centro cirúrgico para saber notícias de seu filho. Seu coração estava apertado. Uma dor dilacerava o seu coração.

A porta do elevador se abriu. Uma grande movimentação acontecia naquele andar. Célia viu umas enfermeiras correndo com um carrinho contendo um desfibrilador para dentro do centro cirúrgico. O copo cheio de café quente caiu de sua mão e espatifou-se no chão espalhando café por todo lado, inclusive a bainha de sua calça e seus sapatos ficaram molhados de café quente. Ela não se importou com o acontecido. Sua atenção estava toda para a porta do centro cirúrgico. Uma moça que estava por perto veio em sua direção e perguntou:

- A senhora está pálida, o que está acontecendo? Venha por aqui e cuidado para não escorregar.

- Hãm! Meu filho! – Célia desabou no choro. A mulher a segurou e a levou para uns sofás que se encontravam no canto da ante-sala. A colocou sentada e foi buscar auxílio para ela. Minutos depois um médico se aproximou e perguntou a ela:

- Bom dia, a senhora está passando mal?

- Meu filho! – repetia ela: - Meu filho está sendo operado agora e acho que algo aconteceu com ele. Meu coração de mãe está dizendo que ele está morrendo. – Célia mais uma vez desabou no choro. Após uns minutos o médico chegou com um copo de água e um comprimido e ofereceu a ela. Ela muito obediente tomou o remédio sem saber o que era e logo após agradeceu e falou:

- Obrigada doutor. Gostaria de saber se o senhor pode conseguir alguma notícia de meu filho que está lá dentro do centro cirúrgico. O senhor pode ver para mim?

O médico levantou-se e fez um sinal de positivo e se dirigiu imediatamente ao centro cirúrgico. Minutos depois retornou e disse:

- Minha senhora, seu filho está sendo operado ainda, por médicos muito competentes. Ele teve uma parada cardíaca, mas já está estável. Bem essas são as informações do momento. Não sei de mais nada. Fique tranquila, ele está em boas mãos.

- Doutor, não dá para ficar tranquila. Meu filho pode morrer. Eu é que deveria estar lá dentro e não ele. – replicou ela.

- Não fale assim, senhora. Tudo dará certo. Tenha fé. – o médico, passou a mão na cabeça de Célia e levantou-se e disse: - Qualquer coisa que a senhora precisar, basta pedir para me chamar. Sou o doutor Eduardo Novak. Sou o responsável técnico pelo centro cirúrgico.

- Obrigado doutor. – agradeceu ela ao médico. Neste momento ele se afastou e se dirigiu ao centro cirúrgico do hospital. Dona Célia estava apreensiva e nervosa. O remédio ainda não tinha apresentado resultados aparentes. Ela olhava fixamente para a porta do centro cirúrgico. Uma faxineira passou reclamando baixo e foi em direção a onde se encontrava o elevador. Começou a limpar o café derramado pela dona Célia.

- Desculpe toda essa sujeira. – falou Célia a faxineira.

Sem graça a faxineira fez sinal de que tudo estava bem e continuou limpando.





* * *





O celular tocou e Naty acenou com a mão para que parassem de falar. Ela colocou no viva voz novamente:

- Alo Rhaissa, e aí conseguiu saber onde ele está internado?

- Sim querida. – respondeu Rhaissa ainda chorando muito. – Ele está no Hospital Sírio-Libanês no CTI. Você sabe onde é Naty? – perguntou Rhaissa. Um alvoroço na sala se fez presente e Naty com muita propriedade disse:

- Espera aí Rhaissa. Vou perguntar. Pai você sabe onde fica esse hospital?

- Sei sim, fica no bairro Bela Vista. – comentou o pai de Naty.

- Certo tio. Isso aí mesmo. Naty estarei indo agora pra lá. E você vai lá?

- Sim, vou sim. – Naty disse olhando para os pais que concordaram imediatamente.

- Okay, te vejo lá meu anjo. Beijos.

- Beijos. – Naty desligou o telefone e disse para Lary: - Você vai comigo? Se sim é melhor ligar para seus pais primeiro.

- Vou sim. Espere um instante. Vou pegar minhas coisas na sala e já volto.

- Tá bom, eu estou aqui te esperando. – disse Naty para Laryssa.

Naty e Laryssa receberam a ligação de Rhaissa que disse aonde o Lucas se encontrava internado. O que ela não disse a elas é que o Lucas estava correndo risco de morte e que estava sendo operado.

Naty esperou Lary pegar suas coisas e ligar para os pais e comunicar que ficaria com Naty e sua família. A mãe da Naty conversou com a mãe de Lary explicando-lhe tudo e que ficasse despreocupada por que ela e o marido estariam sempre com elas. A mãe de Laryssa concordou. Após o telefone seguiram para o hospital. Estavam no carro os pais da Naty, as meninas Naty e Lary e a coordenadora Lilian. Os pais de Naty estavam muito cansados, mas não os impediam de seguir nessa nova jornada hospitalar. Eles não tinham a menor idéia de que a partir desta visita a vida de sua filha e da menina Laryssa iria dar uma reviravolta. No caminho para o hospital, as meninas estavam quietas e não falaram nada. Quando tinham que responder algo, apenas movimentação a cabeça para responder. Os pais e a coordenadora da escola é que foram conversando sobre o acontecido na tarde anterior. Lilian estava na escola no momento que aconteceu, mas não viu o que havia acontecido. Ela estava com as crianças pequenas que estavam muito assustadas.

Após um longo tempo no trânsito de São Paulo, eles chegaram ao seu destino, o hospital Sírio-Libanês. Todos saltaram exceto o pai de Naty, que foi procurar uma vaga para estacionar o seu automóvel.

As mulheres seguiram ao interior daquele hospital e se dirigiram a recepção para saber informações sobre o garoto Lucas.

- Por favor, eu gostaria de saber em que quarto um adolescente chamado Lucas se encontra. Ele foi internado ontem, eu acho. – perguntou Lilian.

- Um momento, senhora, vou averiguar. – a recepcionista consultou em seu microcomputador e depois de um tempo falou: - A senhora é o que do adolescente? – perguntou a recepcionista.

- Sou a coordenadora do colégio, onde o adolescente estuda e foi baleado. Estou aqui para saber como ele está e dar apoio a família. – respondeu a coordenadora à recepcionista.

- Perfeito. Por favor, preciso de suas identidades para dar entrada e um crachá para circular no hosital. O adolescente está sendo operado neste momento e se encontra no centro cirúrgico. – comentou a recepcionista enquanto pegava as identidades dos visitantes.

- Operado? Como assim? Em que andar ele se encontra? – perguntou Naty.

- Ele está no quarto andar, onde fica o centro cirúrgico. Infelizmente, vocês não poderão subir até lá. – afirmou a recepcionista.

- Como assim não podemos? A mãe dele precisa de nós. – comentou a coordenadora com a recepcionista

- Isso mesmo. Temos que ficar ao lado dela. É uma mãe que precisa de apoio e de amigos. – rebateu a mãe de Naty. O marido dela e sua filha Naty se entreolharam e deram um pequeno sorriso.

- Eu entendo, mas infelizmente não posso autorizar a entrada de vocês. – respondeu educadamente a todos.

Neste instante chegou ao hospital Rhaissa e sua mãe que foram direto a onde se encontravam a Naty e seu grupo. Todos se cumprimetaram e souberam que não poderiam subir. Para sorte de todos, a doutora Lúcia, mãe de Rhaissa, é médica e iria subir para ver como estava a Dona Célia e ter alguma notícia de Lucas e da tal cirurgia que ele estava sendo submetido. Todos ficaram no hall do hospital aguardando a doutora retornar com alguma novidade. Enquanto isso, Naty tenta se aproximar de Laryssa.

- Laryssa, muito obrigada por ter vindo. – comentou Naty.

- Que fique claro que não vim por sua causa. Vim por causa dele. Ele é importante e não você. – respondeu Lary com mágoa.

- Eu sei Laryssa, você já deixou claro isso na escola. Apenas queria agradecê-la por estar aqui comigo em prol do Lucas. Não há necessidade de ficar toda armada. Estamos aqui para ajudá-lo no que for preciso. Amamos o mesmo rapaz, mas isso não faz a menor diferença. – falou carinhosamente.

Após um tempo, Laryssa olhou para Naty e comentou – Desculpe-me Naty, estou muito nervosa. A minha intenção é ajudá-lo sim. Farei o impossível para ele melhorar, inclusive rezar, o que não faz muito o meu feitio.

- Fique tranquila, não sinto raiva de ninguém, muito menos de você. Um dia ainda seremos amigas. – comentou Naty.

Lary soltou uma risada e disse: - Sonhar é bom.

Naty retribuiu o sorriso a laryssa quando Rhaissa se aproximou delas. Rhaissa estava com os olhos muito inchados de tanto chorar. Estava vestindo um vestido com estampas lindas.

- O que vocês acham? Será que Lucas sairá dessa? – Rhaissa perguntou com a voz muito trêmula.

- Vai sim. – respondeu Laryssa. – Ele é forte e logo logo estará conosco.

- Concordo com a Laryssa. Vamos pensar positivas. Ele precisará de nós.

Rhaissa se aproximou das duas e as abraçou e começou a chorar. Lary não aguentou e também iniciou o choro. As pessoas que transitavam pelo hall ficavam emocionadas em ver aquelas três adolescentes abraçadas e chorando.

- Ele é um irmão para mim. – comentou Rhaissa. – Não pode morrer. Ele é muito jovem e já sofreu demais. Ele não merece. – O choro aumentou. Naty era a única que não estava chorando. Ela estava de olhos fechados como se estivesse meditando ou rezando. Laryssa estava aos prantos. Sua maquiagem estava sendo retirada pelas lágrimas que rolavam em abundância.

Após um longo tempo, a mãe de Rhaissa retornou do centro cirúrgico, acompanhada pela mãe do Lucas. Dona Célia cumprimentou e agradeceu a presença de todos. Todos estavam apreensivos e queriam saber notícias. Os olhares estavam todos voltados à doutora Lúcia.

- O Lucas ainda está sendo operado. É uma cirurgia muito complexa e que há riscos altos. Ele está estável, apesar de ter tido uma parada cardiáca...

- O que? Parada Cardíaca? – gritou Laryssa

- shhhh – pediu silêncio a recepcionista.

- Sim querida. Mas agora a situação dele está estável. Ele corre risco de morte, mas os dois médicos que estão cuidando dele são extremamente competentes e renomados no meio médico. Em suma ele está em boas mãos. Após a cirurgia ele retornará a UTI por tempo indeterminado.

- Mãe, ele realmente está em coma? – perguntou Rhaissa.

- Sim filha. Ele estava em coma quando chegou ao hospital. O que acontecerá com ele após a cirurgia, ainda é incerto. A saúde dele inspira muitos cuidados.

- Quais são as reais chances dele? – Perguntou Célia, mãe do Lucas.

- São pequenas, minha amiga. Mas como disse, ele está nas mãos de médicos super competentes. Temos que nos agarrar a Deus e pedir que ele ajude o nosso menino Lucas. Vamos dar um voto de confiança ao Lucas ele é forte.

O choro de todos rompeu o silêncio. Todos estavam sentindo a dor de poder perder um ente querido. Um adolescente correto que foi injustamente baleado, tentando defender sua amiga e amada. Nada mais injusto do que ele morrer ou ter sequelas pro resto da vida.





* * *





Lucas e Priscila tinham uma ligação quase sobrenatural, parecia que um sabia o que o outro estava sentindo. Não era diferente onde se encontravam. Lucas estava exausto e resolveu seguir sua amada Pricisla. O jeito naquele momento era colocar de lado o medo da morte e enfrentá-la. Para isso ele tinha força suficiente para enfrentar. Ficar com a Pri seria a melhor coisa naquele momento.

- Priscila! Venha me guiar meu amor. – Lucas gritou com todas as suas forças. Ele não suportava mais a escuridão. – Pri, meu coração está em seu coração. Seu coração está em meu coração. – Esta era uma frase que ele sempre dizia a ela no momento de uma despedida. Uma luz foi se aproximando de Lucas. Ele estava fascinado com aquela paz e o lindo brilho que estava indo ao seu encontro. Uma voz doce e incorpada disse a ele:

- Venha comigo, menino Lucas.

- Ssim. – respondeu ele, completamente atônito. Foi seguindo a Luz até um lugar lindo e claro. Lá ele reparou que não estava sózinho. Haviam outras almas lá. A paz tomou conta dele. Uma sensação jamais experimentada por ele.





* * *





- Doutor Raphael, outra parada cardíaca. – disse o anestesista.

- Afastem-se, vamos reanimálo como o desfibrilador. – Ele pegou, passou a pasta, olhou para a doutora Hannah e disse: - afastem-se. – aplicou o desfribrilador no peito de Lucas, mas ele não reagiu. – Novamente, afastem-se. – repetiu o doutor Raphael. Lucas não reagiu pela segunda vez. Doutor Raphael olhou para sua amiga e colega profissional e balançou negativamente a cabeça.

Do lado de fora, no hall do hospital, Naty se sente mal e grita:

- Lucas morreu! - Naty desmaia logo em seguida. Todos ficam perplexos com o que ela disse e correm em sua direção para ajudá-la.

2 comentários:

Helena K. Baraldi ♪ disse...

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