terça-feira, 27 de abril de 2010

Aspiração de uma adolescente

Essa é uma história escrita pelo amigo José Henriques Martins ( @j_henriques ) do blog http://www.vivereamaravida.blogspot.com/ Muito obrigada a ele, desde já, por ter me deixado compartilhar a história com vocês aqui no vida de garota! Adorei , e acredito que vocês também irão gostar.






  • Capitulo I


V
éspera das voltas às aulas na maior cidade do país, na segunda quinzena de fevereiro de 2010. A ansiedade estava em alta naquela adolescente de 14 anos, um metro e sessenta de altura, corpo em formação, um sorriso que ilumina uma estrada, morena de cabelos negros e compridos, olhos cor de damasco, que ao olhá-los diretamente você se sente invadido, como se aqueles olhos estivessem olhando dentro de sua alma. Naty é uma adolescente como muitas de sua idade, com os hormônios em alta e exalando ferômonio que diz aos garotos, quero namorar. Quer perder o estigma de BV (boca virgem).


Sua ansiedade era sobre as pessoas, aliás,os carinhas que irá encontrar lá na escola. Sabia que veria uns caras antigos, outros repetentes, mas o que mais ela queria ver eram os novos gatos.

Naty é leonina, cheia de fogo e muitos sonhos. Acredita que em algum lugar está a sua espera o seu príncipe encantado. Naty é de família de classe média, com uma educação rigorosa cheia de regras. Para ela era uma prisão domiciliar, ela dizia que seus pais não confiavam nela. Na verdade não é isso, os pais procuram ser mais cautelosos nessa época em que os filhos se tornam adolescentes. Cabe a ela, mostrar aos seus pais o quanto é confiável e responsável. Esse processo se chama amadurecendo. Ela é muito ligada a sua mãe, mesmo assim não se abre muito, pois como boa leonina que é não gosta de ser chamada atenção. Todo leonino gosta de ser ouvido e não criticado.

Nunca namorou, não porque ela não quisesse, mas segundo ela, era falta de opção mesmo. Naty é uma pessoa feliz, gosta de viver a vida, sonhar com sua banda favorita, Jonas Brothers, que sonha um dia em vê-los frente a frente. Fica muito chateada quando contrariada ou quando a colocam na parede. Adora usar o seu microcomputador e ficar utilizando as ferramentas de relacionamento como Orkut, twitter, blog e etc. Mas sua família controla os momentos em que ela pode utilizar o micro. Ela adora ler fanfic sobre o Jonas Brothers. É uma fã de carteirinha. Suas conversas na net são praticamente sobre essa banda que vem crescendo no meio adolescente.

Os garotos de seu círculo de amizade só querem curtir ou ficar, nada sério. Mas para Naty não é assim que a banda toca, ela não fica, ou seja, ela namora. Isso é o que ela pensa. Ela dorme, mas fica rolando na cama.

Segunda-feira, um sol lindo, nem parecia que aquela cidade sofrera estragos extraordinários após semanas de muita chuva e ventania. O dia parecia uma música que foi composta para ela. O cheiro de molhado no ar trazia mais expectativa e muitas dúvidas em sua cabecinha. Será que algum garoto irá me notar? Será que há alguém novo na escola?

Ela acordou mais cedo do que o normal, sua aula inicia as 07:30 horas, foi tomar banho. Acabou e foi logo se arrumar. No dia anterior ela deixara o uniforme pronto para vestir em uma cadeira. Enquanto vestia o uniforme, ela se olhava no espelho, se admirando e se perguntando por que não poderia colocar uma roupa melhor. Como ela poderia ser notada se todas as meninas estariam iguais com aquele maldito uniforme. Aff. Sua mãe gritou:
- Naty venha tomar o café, rápido, tenho que sair.
- Já vou mâeeeeeeeeeeeee. – Ela Pensou; - que saco, não terminei ainda.
- Anda filha, vamos logo, você irá se atrasar.
Naty não respondeu e terminou de colocar os acessórios após ter se maquiado. Foi em direção a copa e viu sua mãe lá pronta sentada à mesa esperando ela tomar o seu café.
- Bom dia mãe! – Falou Naty com um sorriso enorme estampado em sua face.
- Bom dia filhinha, vamos logo senão chegarei atrasada no trabalho.
- Tá mãe. Pô que estresse. – Nesta hora o sorriso deixou seu rosto e passou a ficar rubro de raiva.
Naty só bebeu o leite e foi logo pegando sua mochila e indo para porta e disse:
- Mãe vamos embora? ah ah ah ah!

As duas saíram e foram em direção a escola de Naty que era perto de sua casa. Ao chegar lá, o coração de Naty já deveria estar beirando aos 130 batimentos cardíacos por minuto, queria logo entrar e ver suas amigas e os possíveis colírios. Ela deu um beijo em sua mãe e saiu correndo para dentro da escola ainda gritando.
- Tchauu mãeeeeeeee. – E ela sumiu para dentro do pátio da escola.
Sua mãe deu uma risada enviesada e pensou: - Essa menina... – E seguiu seu caminho em direção ao ponto de ônibus para ir ao trabalho.

Naty já se encontrava no meio do pátio da escola e já havia falado com diversos amigos e amigas. Beijinhos e abraços adoidados. Tinha muita gente falando, que mal conseguiam se ouvir. Um zum zum zum que mal dava para perceber o sino tocar.
Encontrou-se com algumas de suas amigas e ambas se abraçaram e começaram a especular sobre os novos colírios de sua sala. Havia dois garotos novos e eram ambos bonitos e que já estavam se enturmando com as meninas. Um deles tinha uns 15 anos, olhos verdes, cabelo loiro com estilo do Nick Jonas, magro, media aproximadamente 1,70 de altura e tinha uma postura de playboy. Esse era o que chamava mais atenção das meninas, seu apelido era Greg. O outro era diferente, moreno, media uns 1,65 de altura, cabelo curto, magro, mas com um corpo mais do tipo tanquinho. Ele era mais tímido. Estava com um skate amarrado na mochila. Esse skate era o meio de locomoção dele. Ele se chamava Lucas.
Naty se encantou com o Lucas e começou a olhá-lo até que em um determinado momento os olhares se cruzaram e ambos ficaram se encarando por uns 10 e longos segundos. Quando ela percebeu, logo agarrou sua amiga e saiu daquela posição. Naty puxou Letícia, conhecida como Lê, quando Lê comentou:
- P... que p.... tá cheio de galinhas em cima deles. Não teremos chance de nos aproximar Naty, essas sanguessugas. – Lê estava esboçando uma fisionomia de revolta e ao mesmo tempo armando meios de se chegar aos colírios da sala.
- Acho que aquele ali da direita está olhando em nossa direção. Não olha agora idiota. – Disse Naty para a Lê.
- Quem? O moreno ou o Loiro? – Falou ansiosamente Lê virando em direção aos meninos tentando descobrir qual era.
- Lê para com isso! Não olha sua idiota! Eles irão perceber o nosso interesse. – Naty falou puxando a amiga para mais longe.
- Qual Naty? Não me mate de curiosidade.
- O moreno. – Completou Naty.

Neste momento o sinal tocou e todos foram em direção as suas salas de aula. Naty sentou ao lado de sua amiga e descobriu que o garoto que estava olhando para ela estava sentado ao lado dela. Ela não conseguiu prestar atenção na primeira aula. Naty não conseguia não olhar para ele e isso aconteceu durante todas as aulas daquele primeiro dia. Ele não falou com ela e ela também não. Mas para Naty bastava estar ali ao lado de seu príncipe, sentir o cheiro do perfume dele, respirar o mesmo ar. Ela estava nas nuvens, nem ouvia o que a amiga falava com ela. Durante a hora do lanche ela procurou se instalar em um lugar estratégico onde podia ficar olhando para o lugar onde ele estava sem dar na pinta.
Quando tocou o sino da última aula, Naty derrubou a sua caneta ao levantar sem querer, nessa hora ela se abaixou para pegar e naquele momento o garoto, Lucas, também fez o mesmo até porque a caneta caiu mais perto dele. Ela foi mais rápida e pegou a caneta, mas na mesma hora ele pegou a mão dela e ambos se olharam. Naty foi ficando rubra e seu coração disparou. Começou a sentir aquela mão em cima da sua, a troca de calor. Ele foi retirando a mão devagar enquanto sorria para ela.
Naty agradeceu e ele sorriu novamente. Nesta hora ele estava saindo pela porta da sala, enquanto Naty estava ali em pé paralisada olhando em direção a porta de saída da sala.
Após alguns minutos ela começou a arrumar sua mochila sem deixar de estar nas nuvens. Aquele toque na mão foi tudo de bom. Ela saiu correndo em direção a saída para ver se ainda conseguia alcançá-lo, mas infelizmente não chegou a tempo, ele não estava mais na escola já havia ido embora. Ela saiu em direção a sua casa pensando no que acontecera e se questionando o que estava acontecendo com ela. Que raios de sensação é essa? Nunca senti isso. Será que isso é amor? Será que ele é o meu príncipe encantado? Puta que pariu, estou me sentindo tão feliz e ao mesmo tempo tão perdida. Caraca o que é isso???

Naty chegou a sua casa e foi direto para o quarto guardar a mochila e trocar de roupa. Ficou um tempo sentada na cama segurando a saia sem vesti-la. Depois de uns minutos foi direto para a cozinha almoçar. Naty ficou ali sentada na mesa pensando no Lucas e com o garfo empurrava a comida de um lado para outro. Sua mente vaga por um mundo diferente e com certeza está longe daquela cozinha. Após almoçar ela foi escovar os dentes e foi para seu quarto, ligou o micro e começou a conversar com sua amiga Lê sobre o fato ocorrido e o que ela estava sentindo. (Continua)...

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