quarta-feira, 7 de julho de 2010

As Aventuras de Naty #10

  • Capítulo 10


- Alô! Por favor, Laryssa se encontra? – Perguntou Lucas ao telefone, quando ligou para a casa de Laryssa.


- Não está! Quem quer falar? – Perguntou a outra pessoa do outro lado da linha.

- É o Lucas. Você pode dizer a ela que eu liguei, por favor?

- Pode deixar que eu darei o seu recado!

- Obrigado!

- De nada!

Lucas continuava perdido em seus pensamentos. A sexta-feira estava sendo muito surreal. Ele ficou pensando em tudo que sua amiga Rhaissa havia lhe contado. Será que ela está certa e a Naty me ama? Estava cansado, a viagem astral consumiu muito a sua energia. Ele não entendia o que havia acontecido, precisava ter forças para resolver sua vida. Estava decido a se separar de Laryssa e não queria deixar para falar outro dia, mas também não queria terminar com ela pelo telefone, iria tentar marcar um encontro com ela ainda nesta sexta-feira.

Eram 16:45 horas quando o seu telefone tocou.

- Alo? – atendeu Lucas o telefonema.

- Lucas? Sou eu Laryssa. Você me ligou lindinho?

- Sim!

- Saudades de mim meu amor?

- Queria conversar com você. Vamos nos ver hoje?

- Vamos, mas por que você está tão estranho no telefone? O que está acontecendo?

- Nada Laryssa, quero apenas sair com você. Vamos nos encontrar no shopping?

- Luquinhas, estou achando tudo isso muito esquisito. Vou ver com os meus pais e já já te ligo. Beijos amore. Te amo.

- Beijos – desligou o telefone com um ar decidido, mas continuava a pensar. – Não posso magoá-la, mas não posso mais me enganar e enganá-la. Não é justo com ela e comigo. Ela tem o direito de ser feliz e eu também. Eu amo a Naty. Não sei se vou lutar por ela, mas irei estar disponível até que ela um dia também esteja só. Não vou atrapalhar nenhum relacionamento, não é justo, não gostaria disso pra mim. – o telefone tocou.

- Alô? – atendeu Lucas

- Sou eu amor. Vou estar na praça da alimentação as 20:00 horas. Minha mãe irá me levar. Tá bom para você?

- Tá sim, então te vejo lá no horário combinado. Laryssa, obrigado.

- Lucas estou super preocupada com esse seu jeito de falar comigo estou muito ansiosa. Não dá para adiantar o assunto meu querido.

- Mais tarde a gente conversa. Tenho que ir, falaremos mais tarde. Tchau!

- Beijos meu amor..- sinal de ocupado. Lucas já havia desligado. Laryssa estava com o fone na mão pensando no que seria: - Por que será que ele tá diferente? Não! Será que ele me viu seguindo-o ou será que ele quer terminar comigo? Nossa, tenho que ligar para as meninas, vou precisar de ajuda. Laryssa começou a discar para Elise.

- Alo? Lise?

- Sim, sou eu, quem é?

- Sou eu, Laryssa. Não reconhece mais minha voz não?

- Oi miga, desculpe, mas está o maior barulho aqui em casa. O que ouve?

- To desesperada miga, acho que o Lucas nos viu seguindo-o ou quer terminar comigo. Marcou um encontro comigo hoje lá no shopping. Ele estava com uma voz horrível, amiga.

- Nossa Lar, será que ele descobriu? Viu eu te disse que isso não ia .. – cortou Laryssa.

- Eu sei Lise, não precisa falar. Você pode se encontrar comigo lá no shopping?

- Hum, acho que não vai dar não. Hoje é aniversário do meu pai e nós iremos jantar fora, amiga. Perdão. Já ligou par... – Elise ouviu o sinal de ocupado. Laryssa havia desligado o telefone na sua cara e Elise resmungou: - Vaca!

Laryssa estava ligando para Valéria enquanto murmurava coisas ininteligíveis, parecia ser um idioma somente seu.

- Alô? Por favor Valéria está?

- É ela doida! O que você quer?

- Val, to com um puta problema.

- Bobagem! Fala!

- É sério, acredito que o Lucas descobriu a nossa artimanha de segui-lo.

- Epa! Nossa uma ova. Sua idéia. Apenas a acompanhamos. Mas a idéia idiota foi toda sua.

- Val, você também. O que tá havendo? Está todo mundo contra mim?

- Bobagem!

- Val, você pode ir comigo no shopping hoje à noite?

- Dá não. Eu e Marcelo iremos sair, sabe estamos comemorando dois anos e meio de relacionamento. Comprei um vestido novo e vou estréia-lo hoje. Vamos jantar fora e depois um motelzinho para fechar a noite em grande estilo.

- CARALHO VAL! VOCÊ NÃO PODE TREPAR MAIS TARDE? – Gritou Laryssa com Val.

- Não admito que você fale assim comigo. Você não tem esse direito. Você faz as merdas e nós temos que limpá-las. Sabe cansei. Se vira. Se falasse direito eu até pensaria.

- Desculpe-me Val.Por favor..

- Não Laryssa, estou puta contigo.

- Então foda-se! – xingou Laryssa.

- Grossa! Perua mal vestida!

Laryssa desligou mais uma vez o telefone na cara da Valéria e começou a ligar para Dandara mas estava ocupado. Laryssa desconfiou que as meninas já estavam ligando para ela. Paulinha será minha salvação. Laryssa começou a discar:

- Legal está chamando. No outro lado da linha, Paulinha atende.

- Alo?

- Paulinha, me ajuda! Por favor!

- Calma Laryssa, o que houve?

- Fiz merda, acabei de brigar com nossas amigas e só tenho você agora. Não me deixe por favor!

- Que merda você fez Lar?

- Depois eu te conto. O que preciso mesmo é que você vá comigo ao shopping Center hoje.

- Tá vou.. – Laryssa interrompeu..

- Amiga obrigado, sabia que poderia contar contigo.Se as meninas te ligarem, fale com elas que eu estava muito nervosa, mas estou arrependida.

- Tá pode deixar comigo. Você pode me pegar em casa?

- Claro.

- Então tá, que horas você vai chegar aqui?

- Por volta das 19:45 horas, pode ser?

- Tá bom, estarei pronta. Vou ligar para mami e avisá-la. Bye.

- Obrigada amiga. Fico te devendo essa.

- Beijos, tchau!

- Bye!

Laryssa foi em direção ao banheiro para tomar banho mas antes resolveu ouvir uma música porque estava tensa e ansiosa. Escolheu o CD de Luan Santana. Colocou direto na sua música favorita, Meteoro, e começou a cantar enquanto se despia para entrar no banho.

- “Te dei o sol, te dei o mar
Pra ganhar seu coração
Você é raio de saudade
Meteoro da paixão
Explosão de sentimentos
Que eu não pude acreditar
Ah! Como é bom poder te amar

Laryssa havia colocado o som alto. Já dentro do Box cantava alto e dançava. Isso a fazia relaxar. A água estava quentinha, deixou a água cair sobre sua cabeça e escorrer pelo seu corpo e continuava a cantar e a dançar que nem uma doida.

- “Depois que eu te conheci fui mais feliz
Você é exatamente o que eu sempre quis
Ela se encaixa perfeitamente em mim
O nosso quebra-cabeça teve fim

-“Se for sonho não me acorde
Eu preciso flutuar
Pois só quem sonha
Consegue alcançar

- “Te dei o sol, te dei o mar
Pra ganhar seu coração
Você é raio de saudade
Meteoro da paixão
Explosão de sentimentos
Que eu não pude acreditar
Ah! Como é bom poder te amar

Laryssa continuava em seu banho super quente, mesmo assim estava tensa e preocupada com o que o Lucas queria falar com ela. Quanto mais esses pensamentos penetravam em sua mente, mais alto ela cantava. “Quem canta os seus males espanta” já dizia o ditado popular.

-“Depois que eu te conheci fui mais feliz
Você é exatamente o que eu sempre quis
Ela se encaixa perfeitamente em mim
O nosso quebra-cabeça teve fim

-“Se for sonho não me acorde
Eu preciso flutuar
Pois só quem sonha
Consegue alcançar

-“Te dei o sol, te dei o mar
Pra ganhar seu coração
Você é raio de saudade
Meteoro da paixão
Explosão de sentimentos
Que eu não pude acreditar
Ah! Como é bom poder te amar

-“Tão veloz quanto a luz
Pelo universo eu viajei
Vem me guia me conduz
Que pra sempre te amarei ...

Laryssa cantava com todas as suas forças o refrão.

-“Te dei o sol, te dei o mar
Pra ganhar seu coração
Você é raio de saudade
Meteoro da paixão
Explosão de sentimentos
Que eu não pude acreditar
Ah! Como é bom poder te amar

-“Te dei o sol, te dei o mar
Pra ganhar seu coração
Você é raio de saudade
Meteoro da paixão
Explosão de sentimentos
Que eu não pude acreditar
Ah! Como é bom poder te amar
Ah! Como é bom poder te amar

Essa música cessou e iniciou a próxima do CD. Laryssa ainda tomava seu banho. O seu banho dura em média trinta minutos. Cantar não diminuiu a sensação ruim que consumia seu coração e sua alma. Ela tinha a certeza que amava o Lucas, mas não tinha certeza se o Lucas a amava. Ela sempre desconfiou dos sentimentos dele em relação à Naty. Neste momento Laryssa socou a parede do Box.

- Não pode! – exclamou Laryssa sozinha em seu banheiro. Continuou – É isso! Ele quer me trocar por outra garota. Não vou perdê-lo. Não vou! – continuava a pensar sem murmurar quando explodiu mais uma vez. - Mas se ele não gosta de mim, porque continuar? – mais um tempo de silêncio que logo depois foi quebrado: - Gosta sim, deve ser coisa da minha cabeça. – começou a pensar consigo mesma: - “Pensa positivo Laryssa, o negativo atrai.” – continuou a murmurar: - “Isso mesmo, pensamento positivo. Ele é meu e eu sou toda dele. Não posso perdê-lo, não VOU PERDÊ-lo.- gritou e continuou agora já sussurrando: - Meu Deus, por favor, não deixe ele ir embora da minha vida. Eu o amo, amo muito, amo demais! – um choro sentido se inicia.

Laryssa não conseguiu evitar o choro, ela não conseguia conceber a idéia de perdê-lo. O banho dura mais de quarenta minutos.

Laryssa não é uma adolescente normal. É uma garota que sabe o que quer e luta por aquilo que acredita. Não dita regras, mas tem a facilidade de impô-las. É uma mulher que incomoda outras mulheres, é bela, é altiva, sabe se vestir e se comportar. Não aceita perder, não admite que falem mal dela, tem dificuldades de pedir perdão, não se apaixona fácil. Tipo menina fatal, gosta de dominar, mas adora ser dominada por um rapaz. Não gosta de ser ignorada. Tem um olhar misterioso e muito sedutor, estampado em um rostinho de boneca. Tem quase 17 anos, é libriana, não suporta mediocridade. Pelo visto Laryssa tem todos os atributos de uma pessoa vencedora, mas o pensamento de perder o Lucas a coloca em um patamar nunca pisado por ela. Esse gosto de não ser amada, adorada e idolatrada pelos meninos, Laryssa nunca sentiu. Essa é a primeira vez que ela não é a pessoa mais importante na vida de um rapaz.

Laryssa estava mais uma vez impecável para sair. Bem maquiada e vestida como uma princesa. Mas nada disso condizia com o seu estado de espírito. Por mais que tentasse elevar sua auto-estima, o medo de perdê-lo estava presente em seu coração. Era como se previsse o que iria acontecer naquela noite.

Sua mãe ia levá-la ao encontro do namorado e percebeu que sua filha estava diferente do normal.

- Meu amor, você está tão linda e ao mesmo tempo tão triste. Conta para mim o que está afligindo essa sua cabecinha.

- Não é nada mãe!

- Como não é nada? Você tá saindo para ver seu namorado e está triste, quer cancelar? Você não gosta dele, é isso?

- Não mãe! Não é isso! Não tenho nada! (que saco)

- Meu anjo, por que você não confia em mim? Eu posso tentar lhe ajudar! Sou um pouco mais experiente, você não acha?

- Mãe, então tá. Eu acho que o meu namorado irá terminar comigo hoje e não sei o que fazer, pois eu o amo e não quero perde-lo.

- Minha criança, é só isso?

- Só mãe, você acha pouco?

- Não querida, não acho, foi só um jeito de falar. Sabe, não podemos obrigar ninguém a gostar de nós. Mas podemos lutar por um sentimento. O amor é um sentimento que devemos sempre deixá-lo livre, ele não foi feito para ficar preso, temos que conquistá-lo todos os dias. Um amor não se ganha ou se prende. Um amor tem que ser cuidado, tem que ser entendido e livre. Ele tem que poder ir e vir. Parece difícil entender isso, mas também não é simples. Nós sempre queremos toda atenção para nós, mas isso sufoca o amor. – Laryssa parecia estar ligada pela primeira vez no que a mães estava falando: – Meu amor, se ele não quiser mais você, não o obrigue a ficar, não faça nada que se arrependa depois. Deixe-o livre, mostre a ele que você é do bem e entende o que ele quer. Mas antes, converse, veja o que está de errado, veja se há abertura para voltar atrás na decisão. Se não for possível, não tenha raiva ou mágoa, deseje-lhe boa sorte e procure um novo amor. Entendeu?

- Mãe, eu não sou tão pura assim. Não sei o que é perder. É muito difícil conceber a idéia do Lucas me deixar por uma outra mulher. O que eu sou?

- Ele tem outra menina?

- Não mãe. Eu acho que ele gosta de outra menina.

- Mas você não tem certeza.

- Não, não tenho. Mas aqui dentro. – Laryssa põem a mão sobre seu peito e continua: - me diz que ele ama a Naty, uma menina lá da escola. – finalizou com um ar de tristeza.

- E se você estiver errada? E se você estiver perdendo ele por que você está o sufocando?

- Eu? Sufocando? Nunca! Pirou!

- Minha filha, não temos como saber quem iremos amar e mesmo assim se iremos ser amados por essa pessoa. Temos que aceitar isso como um aprendizado. Sempre conseguimos aproveitar disso tudo coisas boas. Como dizia o poeta Vinicius de Moraes, em seu soneto da fidelidade:
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

- Mãe! Não consigo. Não consigo ser assim igual a você. Não sou tão iluminada e evoluída.

- Consegue sim, você nem tentou.

- Vamos embora mãe! Temos que pegar a Paulinha ainda antes de irmos para o shopping.

- Paulinha? Vai levar uma amiga? Pra que?

- Hãããã... Para caso precise de um ombro amigo! Tá difícil de entender?

- Tá filha, vamos embora. Não dá mesmo para entender os adolescentes.

- Aff! – resmungou Laryssa.

No caminho em direção a casa de sua amiga Paulinha, Laryssa estava introspectiva, como se estivesse em uma meditação profunda. Seus pensamentos estavam longe dali. Uns oito minutos depois, pegaram a sua amiga e foram em direção ao shopping. Paulinha tentou puxar assunto com Laryssa, mas quem respondia era a mãe dela. Laryssa estava ansiosa demais para poder escutar alguém e de perceber que haviam chegado ao shopping. Estavam apenas dez minutos atrasadas.

- Chegamos meninas! – Laryssa não se mexeu, enquanto Paulinha se despedia de dona Arlete e saía do carro. – Vai ficar ou vai descer minha filha? – perguntou sua mãe.

- Tchau! – falou Laryssa a mãe.

- As vinte e duas horas eu pego vocês aqui nesse mesmo lugar, certo?

- Tá mãe!

- Tá tia! Tchau!

- Lar, coloquei dinheiro na sua bolsa para vocês jantarem. Tchauzinho! E filha, boa sorte, tudo dará certo!

Laryssa olhou para sua mãe pela lateral do olho e apenas acenou para ela quando já estava de costas entrando pela porta do shopping.

As duas adolescentes estavam indo em direção a praça da alimentação quando elas viram o Greg a poucos metros a sua frente. Paulinha a catucou, enquanto isso Laryssa gelou. Ela achou que se Greg estava ali, então Naty também estaria.

- Só faltava essa agora. – resmungou Laryssa.

- Que foi Lar?

- Se o Greg está aqui, então aquelazinha também está.

- Talvez não. Não me parece que ele esteja com ela. Ele está andando muito solto. Olhe lá! Veja como ele olha para as meninas. Viu?

- Vi, Paulinha. Pode ser! Mas se o Lucas terminar comigo por causa dela, eu vou contar ao Greg.

- Lar, para com isso. Cruzes! Fica aí atraindo as coisas ruins. Talvez não seja n... – cortou Laryssa.

- Mimimimimimi. Que saco! Já basta minha mãe. Cara, tu tá aqui comigo para me ajudar. Toma aqui dinheiro para você comer enquanto eu procuro o Lucas e resolvo logo isso. Você está me dando nos nervos.

- Meu, tu tá nervosinha demais. Tá! Vou ficar ali na lanchonete e vou dar um role pelo shopping e depois vou ficar de olho em vocês dois. Você sabe onde ele está?

- Não, porra. Tchau!

- Caramba que grosseria. Bem que Val me falou que ela é sem classe. Vou comer e azarar uns gatos. Quem sabe o Greg! Qualquer coisa liga pro meu celular. – Paulinha saiu rindo em direção a um fast food.

Laryssa caminhava olhando para todos os lados, queria muito que esse encontro não acontecesse. Ela parou e sussurou:

- Meu Deus, ele está logo ali. Ainda não me viu! Como ele é lindo! Vamos lá, coragem Laryssa!

Mais alguns passos por entre as mesas da praça da alimentação, Lucas a viu chegando em sua direção. Ele como um gentleman deu um sorriso e foi logo em direção a ela. Estava muito bem vestido. Calça jeans preta, uma Blusa de manga longa com gola rolê Branca, um blazer preto e calçado com um All Star preto. Dava para sentir o seu perfume Pólo Black do Ralph Lauren. Ao estarem frente a frente, Laryssa colocou os braços em volta do pescoço dele e disse:

- Olá meu amor! – e tentou beijá-lo na boca, mas ele virou o rosto lentamente e o beijo de Laryssa foi parar na bochecha pertinho da boca dele.

- Olá Laryssa! Que bom que você veio.



Ambos ficaram um tempo parado, bem ali na praça da alimentação, sem saber o que fazer e o que falar.

Lucas que estava mais calmo, a conduziu por entre as mesas da praça da alimentação e se sentou em uma mesa que acabara de vagar.

- Tivemos sorte. Sexta-feira aqui no shopping para arrumar uma mesa é muito “boring”. – comentou Laryssa.

- É sim, foi sorte mesmo! - sentaram a mesa e Lucas perguntou: - O que você quer comer?

- Lucas, não quero nada. Na verdade eu quero é saber o que você quer falar comigo. Você me deixou muito ansiosa. Então por favor, não me enrole.

- Não estou enrolando ninguém Laryssa. Estou é tentando ser cuidadoso com você.

- Gracinha você. Mas por favor, não me deixe assim, acabe logo com essa aflição, você está super diferente comigo. Hoje de manhã você era uma pessoa e agora é outra. O que eu fiz de errado Lucas? – O local estava um grande falatório. Todos em suas mesas, conversando. Isso faz com que dificulte ainda mais a conversa e aí o vizinho do lado fala mais alto para poder se fazer ouvir e assim o outro da outra mesa e o ciclo continua, tornando cada vez mais difícil as pessoas se ouvirem. Lucas se aproximou de Laryssa para poder falar e ser ouvido.

- Laryssa, quero que você saiba que eu realmente gosto muito de você e .. – Laryssa o cortou.

- Ah Lucas que lindo! Eu também te amo muito.

- Por favor, deixa eu falar até o final, Laryssa. É muito difícil falar aqui com essa zoeira toda e ser bem entendido.

- Tá, desculpe-me. – disse Laryssa com aquele olhar de tristeza.

- Como eu estava falando, eu gosto muito de você e você foi muito importante para mim.. – Laryssa cortou-o novamente.

- Foi? – Lucas olhou fixamente e retornou:

- Laryssa, eu a admiro muito, mas eu não a amo e não quero mais enganar você ou a mim.

- O que eu fiz de errado, Lucas? – perguntou a Laryssa com os olhos enchendo de lágrimas.

- Laryssa, meu anjo, você não fez nada de errado. Eu é que descobri que não amo você. Eu sou um cara que acredito no amor verdadeiro. Nunca lhe contei, que havia namorado uma pessoa antes e que por obra do destino me deixou. Ela faleceu! Eu a amava muito. E depois dela, não queria saber de mais ninguém. Você foi a primeira garota que namorei depois dela, porque acho você uma gracinha, fofa e adorável. Eu realmente achei que poderia amar de novo, mas pelo jeito não consegui. Não quero deixar de ser seu amigo, não quero perder sua amizade. Por favor, não me queira mal. Laryssa, não chore. – Lucas parou de falar.

O silêncio pairou entre eles. Laryssa chorava sem soluçar. As lágrimas escorriam em sua face. Sua maquiagem estava muito borrada. Ela nem se preocupou com isso. Ela começou a sentir uma pressão na cabeça e começou a ficar tonta. Laryssa não estava acreditando, mesmo tendo pressentido a separação. De repente ela falou.

- Você ama a Naty, eu sei! – ela falou o encarando olho no olho para ver a reação do Lucas, que se assustou ao ouvir essa afirmação de Laryssa.

- O que? De onde você tirou isso?

- Eu sei que é verdade. Eu sei. Não vou obrigar você a ficar comigo. Nunca fui dispensada por nenhum garoto. Mas a sensação de ser trocada por outra mulher é muito ruim. Traz a boca um gosto amargo. Meu coração dói. Eu amo você. Nunca amei ninguém dessa forma. Você me desprezou. Não quero sua amizade, quero seu amor. Já que eu não o tenho então não quero sua amizade. Você vai se arrepender pelo que está fazendo comigo. – Laryssa olhava para o Lucas com um ar de raiva e mágoa. Demonstrava o quanto ele a magoava.

- Calma Laryssa, não é assim. Acho que você está aumentando muito. Estou sendo sincero com você, não quero enganar ninguém.

- Não que? Mentira! Você está mentindo há muito tempo. Você ama a Naty, isso está explícito em seus olhos e em suas reações quando ela está perto de você. Eu aturei isso por amor, nunca falei isso, por não querer alimentar isso em você, mas pelo jeito não adiantou.

- Não é nada disso Laryssa. Eu cometi um erro, ao iniciar um namoro sem estar realmente pronto para isso. Me perdoe.

- Não perdôo! Você me magoou demais. Lucas eu vou embora. Não quero mais estar aqui com você. – Laryssa levantou e começou a se arrumar para sair. Algumas pessoas que estavam sentadas as mesas ao lado, estavam olhando para os dois e cochichavam entre eles.

- Eu te levo em casa, Lary..

- Não precisa, Lucas! – interrompeu Laryssa – Paulinha está aqui me esperando e minha mãe vem me pegar. – Ela se virou e saiu em direção ao banheiro sem olhar para trás. Lucas acompanhou-a até que ela sumiu de sua visão.

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